Transtornos mentais relacionados ao trabalho (TMRT) são a terceira maior causa de afastamento do trabalho

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Os transtornos mentais relacionados ao trabalho (TMRT) são um conjunto de condições psicológicas e psiquiátricas que afetam a saúde mental dos trabalhadores e interferem na sua capacidade de desempenhar suas atividades laborais. Segundo dados da Previdência Social, os TMRT foram a terceira maior causa de afastamento do trabalho por mais de 15 dias no Brasil em 2019, ficando atrás apenas das lesões por esforço repetitivo (LER) e das doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT).

Muitas pessoas sofrem de transtornos mentais relacionados ao trabalho, que afetam sua saúde, bem-estar e produtividade. Entre os mais observados, constam ansiedade, depressão, burnout (esgotamento profissional), fobia social (medo excessivo de situações sociais), transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) (compulsão por pensamentos ou comportamentos repetitivos), transtorno do pânico (crises de medo intenso e súbito), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) (reexperimentação de situações traumáticas), entre outros.

Esses diagnósticos podem ter origens diversas, mas geralmente estão associados a condições de trabalho desfavoráveis, que geram sofrimento psíquico e emocional. Alguns exemplos de fatores que podem desencadear esses transtornos são:

O estresse crônico, causado por demandas excessivas ou conflitantes. O estresse é uma reação natural do organismo diante de situações que exigem adaptação ou superação. No entanto, quando o estresse se torna crônico, ou seja, persiste por longos períodos, ele pode causar danos à saúde física e mental. O estresse crônico pode ser causado por demandas excessivas ou conflitantes no trabalho, que sobrecarregam o trabalhador e geram frustração, ansiedade e irritabilidade, como por exemplos ter que cumprir prazos apertados, lidar com múltiplas tarefas, atender a expectativas irreais ou enfrentar situações ambíguas ou contraditórias.

O assédio moral, que envolve humilhações, ameaças ou discriminações no ambiente de trabalho. O assédio moral é uma forma de violência psicológica que consiste em expor o trabalhador a situações vexatórias, constrangedoras ou ofensivas no ambiente de trabalho. O assédio moral pode envolver humilhações, ameaças, isolamento, desqualificação, perseguição ou discriminação por parte de chefes, colegas ou subordinados. O objetivo do assediador é intimidar, desestabilizar ou excluir o trabalhador, afetando sua autoestima, sua saúde e sua carreira.

A violência física ou psicológica, praticada por clientes, colegas ou chefes. Esta é uma forma de agressão que visa causar dano ou sofrimento ao trabalhador. A violência física pode envolver empurrões, tapas, socos, chutes ou outras formas de lesão corporal. A psicológica pode envolver xingamentos, insultos, ironias, sarcasmos ou outras formas de desrespeito verbal.

A violência pode ser praticada por clientes, colegas ou chefes, que podem ter motivações diversas, como insatisfação, raiva, inveja ou abuso de poder.

As jornadas extenuantes, que comprometem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Não é recomendável exigir do trabalhador um esforço excessivo ou prolongado no trabalho. As jornadas extenuantes podem ser causadas por carga horária elevada, horas extras frequentes ou turnos alternados e podem comprometer o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, pois reduzem o tempo disponível para o descanso, o lazer e a convivência familiar e social.

A falta de reconhecimento, feedback ou perspectivas de crescimento. É a ausência de valorização do serviço realizado pelo trabalhador. A falta de reconhecimento pode se manifestar pela falta de elogios, incentivos, recompensas ou promoções, podendo gerar desmotivação, insatisfação e descomprometimento.

Os conflitos interpessoais, que geram tensão e desgaste nas relações de trabalho. São situações em que há divergências, discordâncias ou desentendimentos entre as pessoas no ambiente de trabalho. Os conflitos interpessoais podem ter origens diversas, como diferenças de personalidade, opinião, interesse, valores, cultura ou comunicação.

A insegurança, que pode ser causada por instabilidade, precarização ou desemprego. É a sensação de medo ou incerteza em relação ao futuro do trabalho. A insegurança pode ser causada por instabilidade, precarização ou desemprego. A instabilidade é a falta de garantia ou continuidade do trabalho. A instabilidade pode ser causada por contratos temporários, terceirizados ou informais. A precarização é a piora das condições de trabalho. A precarização pode ser causada por baixos salários, falta de benefícios, redução de direitos ou exposição a riscos. O desemprego é a perda do trabalho. O desemprego pode ser causado por crises econômicas, reestruturações produtivas ou obsolescência profissional. A insegurança pode gerar ansiedade, depressão, baixa autoestima ou perda de identidade no trabalho.

A pressão por resultados, que pode levar a cobranças excessivas ou metas inatingíveis. Trata-se da exigência de alcançar determinados objetivos ou indicadores no trabalho. A pressão por resultados pode levar a cobranças excessivas ou metas inatingíveis, gerando estresse, ansiedade, frustração ou medo no trabalho.

Os TMRT podem trazer consequências negativas não apenas para os trabalhadores, mas também para as organizações e para a sociedade. Trata-se de um problema grave e crescente que afeta milhões de trabalhadores no Brasil e no mundo. É preciso que haja uma conscientização coletiva sobre a importância da saúde mental no trabalho e que sejam implementadas ações efetivas para prevenir e combater esse mal. A saúde mental é um direito humano e um fator estratégico para o desenvolvimento sustentável.